Já é consolidada a deficiência na saúde que os povos indígenas brasileiros enfrentam, mesmo antes da pandemia do novo coronavírus atingir o país. Após quase quatro meses de enfrentamento da doença no Brasil, ao menos 287 índios já perderam a vida em decorrência da Covid-19, dados revelados em reportagem publicada no jornal digital El País.
A reportagem ainda revela que comunidades indígenas reclamam que invasores aproveitam a pandemia, com menos fiscalização, para entrar nos territórios e cerca de 40% desse povo encontra-se em estado de extrema vulnerabilidade, ameaçando, inclusive, povos de outras etnias.
“Estamos acompanhando a doença covid-19 na nossa terra, já são 55 casos, e estamos muito tristes com as primeiras mortes dos yanomami. Nossos xamãs estão trabalhando sem parar contra a xawara. Vamos lutar e resistir, mas, para isso, precisamos do apoio do povo brasileiro, porque o Governo não está se importando com a vida dos indígenas”, disse Dário Kopenawa, filho do líder Davi Kopenawa, um dos mais conhecidos xamãs de toda a Amazônia, em entrevista ao El País.
De acordo com o Comitê Nacional pela Vida e Memória Indígena, foram 28 óbitos em todo o mês de abril. Já nos primeiros oito dias de junho, o número triplicou, chegando a 89 mortes. Porém, o Comitê pela Vida e Memória indígena, formado por diversas associações, como a Apib, contabiliza 5.484 infectados de 103 povos diferentes. Os números são muito maiores do que os oficiais, que trazem 103 mortes e 3.079 casos confirmados.
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