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Os artigos para o Dossiê devem ser enviados até 31 de maio de 2024 1

Os artigos para o Dossiê devem ser enviados até 31 de maio de 2024

A estratégia de relançar a agropecuária para a obtenção de saldos exportáveis positivos no final da década de 1990 estrutura até os dias atuais a política econômica brasileira. Isso engendrou uma ampliação do poder e da legitimidade do que se convencionou chamar de agronegócio na sociedade brasileira, construindo/transformando novas e velhas identidades dos grupos dominantes, como é o caso dos chamados latifundiários.

Na esteira desse processo, somado a um aumento da demanda internacional por commodities agrícolas, já são bem documentados o aprofundamento da desindustrialização no país e reprimarização da economia, o aprofundamento das desigualdades sociais, o aquecimento do mercado de terras, o aumento do interesse do mercado financeiro em ativos fundiários, os efeitos regressivos sobre a política de assentamentos rurais e a pressão às comunidades indígenas e comunidades tidas como tradicionais. Mas ainda são pouco conhecidos os grupos e indivíduos de frações da classe dominante nacional e de outros países que promovem e se beneficiam desta estratégia econômica brasileira de inserção internacional pela oferta de commodities.

Os grupos dominantes do mundo rural são diversos em suas frações e compreende os ruralistas, líderes de entidades patronais, empresários e industriais do agronegócio, corporações nacionais e internacionais, pecuaristas, estancieiros, usineiros, oligarquias rurais, bancadas parlamentares, agentes do mercado financeiro, bancos, dentre outras categoriais sociais que variam localmente segundo região do país. Há ainda grupos e indivíduos que atuam na assessoria das entidades patronais, como advogados, economistas, agrônomos, dentre outros que ingressam no setor público e/ou empresas privadas, institutos de pesquisa e escritórios que mediam processos conflituosos do agronegócio no país.

Este dossiê convida pesquisadores/as a analisar as práticas de reprodução social e estratégias (políticas, econômicas, culturais, simbólicas) dos setores dominantes de/para ajustamento a este contexto macroeconômico. Busca-se conhecer quem são esses grupos e indivíduos, suas características, trajetórias e universos simbólicos, bem como as disputas, diferenças e divergências entre esses setores dominantes e suas entidades de representação. Ao olhar esses grupos, busca-se adentrar nos seus universos, observar suas práticas e falas de dominação, destrinchar suas práticas e produzir dados e evidências nem sempre visíveis pelo poder que as elites e classes dominantes exercem.

Desnaturalizar as relações sociais e a teodiceia que dá legitimidade aos diferenciais de poder é uma das grandes tarefas dos estudos sobre o patronato ligado à identidade política do agronegócio ou às várias imagens do Brasil “celeiro do mundo”. Adicionalmente, busca-se uma maior riqueza conceitual, teórica e metodológica para pesquisar o mundo social de grupos dominantes como forma de produzir desencantamentos sobre processos que dissimulam formas de dominação e violências em uma sociedade.

O prazo final para submissão de artigos vai até 31 de maio de 2024.

Para mais informações sobre o envio, clique aqui.

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