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Agricultores, camponeses, populações tradicionais, terra e trabalho: cenários de re-existência

Painel de Encerramento

Ementa: O aprofundamento da mercantilização e da financeirização dos bens da natureza que vem sendo imposta pelas elites, fundando uma nova ordem de mercados globais alimentares. A continuidade do projeto de acumulação rentista pela via dos negócios do agro, das águas e da mineração, ganham novos contornos numa tentativa cada vez maior de flexibilização das leis ambientais e de reversão dos direitos territoriais de povos e comunidades tradicionais.

Tudo isso culmina na elevação da violência, contra indígenas, quilombolas e camponeses. Uma nova ofensiva do pacto do agronegócio rentista sobre assentamentos de reforma agrária, terras indígenas, quilombolas e de demais povos e comunidades tradicionais, é sustentada por uma opacidade desses espaços construída por uma indiferença consentida pelos grandes veículos de mídia, transformando-os em zonas de extermínio. Aqueles que lutam por direitos e que ainda constroem relações de sentido intensas com a terra, com a floresta, com as águas e com a cidade – no interior da Amazônia, dos Cerrados e das Caatingas, assim como a periferia das grandes cidades – são negligenciadas em favor da sacralização da mercadoria e da propriedade privada.

É então necessário situar nesse campo teórico e de luta os diversos grupos sociais protagonistas do Campo – camponeses, populações tradicionais, indígenas, as populações quilombolas, as minorias enfim, os agricultores e agricultoras – que têm sido responsáveis pela reconfiguração e produção do espaço rural, imprimindo no urbano as ruralidades, consolidando um entrelaçamento do/no espaço em novos formatos e reivindicam sua centralidade na conquista e consolidação de um conjunto de leis e direitos para combater desigualdades estruturais, institucionais e simbólicas que trouxeram contribuições para a conquista e promoção dos direitos de cidadania. A lentidão das mudanças e aliada aos ataques mais recentes nos leva a indagar sobre a existência de meios efetivos para combater e fazer avançar a desigualdade que afeta as pessoas no embate direto frente as questões da raça e da etnia, do gênero, da geração, entre outros? É possível intervir e recolocar na agenda nacional a necessidade das políticas de igualdade racial, que certamente conduzirão a igualdade de oportunidades?

Coordenadora
Catia Grisa (Coordenação Nacional Rede de Estudos Rurais)

Expositores
Fabya Reis (Sec Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do estado da Bahia)
Marco Mitidiero Jr. (UFPB)
Alex Shankland (IDS – Sussex)
Elisabetta Recine (UnB)

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